Não imagino a dor de se perder um filho e daqui a uns anos, quando me tocar a mim o papel de mãe, não quero ter a responsabilidade de ver um filho partir a minha frente...
Sei que será hipocrisia, será injusto, será toda mil e uma coisas, mas não sei como conseguiria sobreviver aos dias sem ouvir a palavra "mãe" daquela boca mais uma única vez. Sem todas as preocupações que no fundo acabam por ser tão "afáveis" que um filho faz uma mãe "carregar".
Na minha família já houve esta situação. Uma mãe que perdeu uma filha. Mas esta mãe tinha mais filhos, embora nunca ninguém ocupe o lugar de ninguém.
Continuo sem imaginar como vive uma mãe/pai depois disto, porque a vida não continua, como as pessoas tendem em dizer. Uma grande parte de nós vai-se para sempre. Vai-se e temos consciência de que nunca mais voltará. Perde-se todo aquele vinculo que criamos desde o primeiro dia de gestação. Que cada novo dia será uma luta constante para nos mantermos minimamente firmes a dor que acarretaremos pelo resto da nossa vida.
Sabemos que isto e a lei da vida, que nascer e morrer faz parte de todo um ciclo, mas é cruel um filho morrer antes dos pais...

Sem comentários: